segunda-feira, 20 de junho de 2016

TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA

Resenha por João de Carvalho

Título: O triste fim de Policarpo Quaresma
Autor: Lima Barreto
Ano de publicação: 1915
Apreciação:  4/5
Resenha:

Afonso Henrique Lima Barreto (1881-1922) impressiona o leitor porque teve uma vida difícil, em família. Seu pai, alcoólatra, sabe-se, morreu louco. Perdera a mãe na sua infância. Enveredou-se este autor pelos ínvios caminhos do alcoolismo, chegando a ser internado em sanatório, em 1919.

A Escola de Samba GRES Unidos da Tijuca homenageou-o no seu samba enredo em 1982. “Era ele um mulato pobre, mas livre!”

Foi simpático ao anarquismo e militante da imprensa socialista. Foi um crítico severo contra a Velha República.

Escritor que estava além do seu tempo, com estilo simples, coloquial e fluente abordava e combatia as grandes injustiças do seu tempo. Denunciou a corrupção da elite brasileira, políticos da época, o preconceito racial e social, valorizando o povo sofrido dos subúrbios do Rio de Janeiro sem perspectiva de melhoria de vida.

Baseado nesta visão orienta as críticas de suas obras, especialmente, em “O Triste Fim de Policarpo Quaresma”, que retrata um visionário.

Os personagens são: Adelaide, General Albenaz, Genelício, Compadre Coleoni, Olga, Ricardo Coração dos Outros, Ismênia, Caldas, Tenente Fontes, Marechal Floriano e Quaresma. É um romance de cunho social.

Revela-se um escritor de grande influência e denúncia contra as elites, sempre privilegiando o subúrbio carioca.

É um romance realista!

Ele é nacionalista, ingênuo, quixotesco e idealista, patriota, ufanista, decepcionado com os homens do campo sem disposição para o trabalho e com os políticos que só alimentavam ambições pessoais e nada resolviam. Chegou a defender um poder forte e centralizado (ditadura).

Enfim, este livro é um retrato da vida suburbana, muito semelhante às atuais periferias das grandes cidades, onde residem favelados sofridos, vítimas dos crimes organizados, das intervenções policiais às vezes exageradas, mostrando uma realidade crua e nua de nossos dias, vítima das drogas, consideradas o mal do século, escravos de uma política corrupta.

Por isto este livro de Lima Barreto merece ser lido e sentido o seu grito na defesa do povo sofrido dos subúrbios (favelas atuais)!


Boa leitura!

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